Assim é chamada a embarcação típica da região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, especialmente do rio que marca a divisão do Brasil com Paraguai e Bolívia. No começo, a chalana era feita de tábua cerrada e usada com remo, parecendo-se com uma canoa, e fazia parte do dia a dia do pantaneiro, principalmente nos períodos de cheia, que tornam o local um enorme alagado. Com o passar dos anos, foram criados barcos maiores, com divisões internas e motor, que navegam de forma lenta e leve e servem para transportar turistas ou pescadores, e que também ficaram conhecidos como chalanas.
A origem parece ser ameríndia e significa Dzgentedz, Dzpessoadz, Dzeudz, conforme a língua (aparece em guarani, quéchua, mapuche). Na forma espanhola é Dzchedz e se pro- nuncia exatamente como entre os brasileiros do sul, que escrevem com um T inicial, para a palavra explodir na pronúncia. O barulho combina com seu uso: no Rio Grande do Sul é comum empregar o Dztchêdz como forma de chamar alguém, especialmente os homens: "DzTchê, me esclarece um negócio aqui". Ou para marcar o espanto: "DzMas, tchê, como é que isso foi acontecer?" Ou ainda para se congratular enfaticamente: "DzTchê do céu", que beleza esse teu texto!
Autores
Ilustrador

Rodrigo Rosa
Escritor

Luis Augusto Fischer
Termo de origem bantu, muito utilizado na Bahia. Na região de Ilhéus se aplica a diferentes contextos de significação. 1. Espécie de mascarado que sai em blocos carnavalescos populares. Sua caracterização consiste na pessoa mascarada se parecer com um ser deformado, com uma cabeça gigantesca, ruge alto e grunhe ameaçadoramente. O mandu se reúne em grupo de três ou mais pessoas, misturadas a blocos que têm sua própria banda. Certas mães interioranas costumam chamar mandu contra filhos desobedientes. 2. Coisa ou situação de difícil compreensão, embaraçosa ou ilegal. 3. Pessoa da cabeça muito volumosa.
Autores
Ilustrador

Sanqueilo de Lima Santos
Escritor

Ruy do Carmo Póvoas
Es la expresión abreviada de “barbarie”, se utiliza comúnmente entre los gauchos (nombre de los nacidos en el estado de Rio Grande do Sul, en el sur de Brasil). Polisémico voz en off cuyo significado depende de la entonación y el contexto en el que se utiliza y puede expresar asombro, admiración, duda, alivio, sorpresa, tristeza, malestar, algo fuera de lo común.
Autores
Ilustrador

Julian Dall’Agnol
Escritor

Astomiro Romais
Palavra usada pelos goianos para designar um largo circular onde desembocam várias ruas e o tránsito se processa em sentido giratório. Rotatória.
Autores
Ilustrador

Oldemar
Escritor

Nair Maria Di Oliveira
O vocábulo é um feixe de ambivalências. Relaciona-se com o movimento das ancas em danças de origem africana transladadas para o Brasil durante o período colonial. A partir dessa base, temos a transposição do sentido para outros domínios: a flexibilidade física é imagem visual da transiência moral, seja nos atos de esperteza, seja na inação da preguiça. Posteriormente, essa ambivalência moral é tomada como tradução da imagem do brasileiro: por um lado o sujeito que improvisa, que possui uma inteligência que encurta caminhos; de outro, define o comodismo, a tendência nacional a não enfrentar conflitos.
Autores
Ilustrador

Cláudia Barbosa
Escritor

Marcus Mota
Palavra superlativa, é palavrão e é elogio! A depender de quem fala e para quem se destina! Sinônimo de demônio ou capeta, é quase sempre uma ofensa, mas há quem use entre amigos. Embora seja melhor para fazer inimigos! Dizem ter se originado da popular medicina, sendo um termo muito usado para falar dos caroços de doenças da pele.
Autores
Ilustrador

Claudia Nên
Escritor

Flávio Tonetti
Espécie de macaco, conhecido também como macaco plantador de cacau. Na Região Grapiúna, habitava o cacaual, cujo fruto era seu alimento preferido. Mesmo antes da falência da lavoura cacaueira, o jupará já estava em franco período de desaparecimento, pela ação de caçadores e da própria população interiorana. Hoje nem mais se tem notícia do jupará. Pessoa esguia e considerada feiosa, ou de hábitos noturnos. Personativo aplicado a um personagem popular que viveu em Itabuna e adjacências. Jupará tinha o hábito de dormir em um caixão de defunto e corria a fama de ser dado a hábitos de necrofilia.
Autores
Ilustrador

Sanqueilo de Lima Santos
Escritor

Ruy do Carmo Póvoas
Todos os brasileiros usam o sus. Crianças vacinadas em campanhas; população protegi- da por intervenções organizadas pela vigilância epidemiológica para combater epidemias; alimentos, medicamentos e outros. Esses são exemplos que trazem a marca do Sistema Único de Saúde, criado por meio da Constituição de 1988 e vinculado a uma ideia central: todas as pessoas têm direito à saúde. O sus supõe uma sociedade solidária e democrática, movida por valores de igualdade e equidade, sem discriminações ou privilégios. Apesar de suas precariedades e dilemas, o sus representa uma conquista do povo brasileiro. De- finición: Adaptada do livro O que é o sus, de Jairnilson Paim.
Autores
Ilustrador

Marina Cotrim
Escritor

Jairnilson Paim
Menino, avanço fascinado ao seu encontro. Majestosa, boia no rasinho da praia do José Menino. A cada passo marcado na areia fofa, me acelera o peito. Medo, excitação. Pés na água, na espuma rala das ondinhas, paraliso cara a cara com ela. Enorme, parecia. Têm cobras, a mãe martela na lembrança, não chegue perto. Firmo a vista, as imagino o solo da ilhota verde de árvores. Muitas árvores, pousada dos sagrados urubus que faziam da orla de Santos, morada desde o tempo em que aqui se falava o tupi. Das aves, restou o nome do lugar. Das cobras, ninguém as vê, mas estão lá. Cuidado, menino!
Autores
Ilustrador

Tenedor
Escritor

Marcelo Di Renzo
É um tipo humano característico do meio rural de regiões do interior do estado paulista (e adjacentes), portador de uma cultura própria e traços peculiares em seu linguajar. É produ- to da evolução histórica de grupos sociais distintos que se combinaram: originalmente, o bandeirante branco português e o índio, que produziram um tipo mestiçado, depois o próprio negro escravo. Determinadas condições como o isolamento, o nomadismo e a economia extrativista ou de subsistência contribuíram para fixar uma cultura própria, desintegrada depois pelos avanços de uma economia de mercado e da urbanização.
Autores
Ilustrador

Marcelo Ducatti
Escritor

Oswaldo Truzzi
El sabor de nuestra lengua